terça-feira, 13 de abril de 2010

Poema: "Soneto do Amor Efêmero" (Manuel Maria Barbosa du Bocage)

Dizem que o rei cruel do Averno imundo
Tem entre as pernas caralhaz lanceta,
Para meter do cu na aberta greta
A quem não foder bem cá neste mundo:

Tremei, humanos, deste mal profundo,
Deixai essas lições, sabida peta,
Foda-se a salvo, coma-se a punheta:
Este prazer da vida mais jucundo.

Se pois guardar devemos castidade,
Para que nos deu Deus porras leiteiras,
Senão para foder com liberdade?

Fodam-se, pois, casadas e solteiras,
E seja isto já; que é curta a idade,
E as horas
dovoam lige prazer iras!
Manuel Maria Barbosa du Bocage
Poeta português
(Sétúbal, 15/09/1765 - Lisboa, 21/12/1805)

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