sábado, 3 de abril de 2010

Poema "A garrafa" (Glauco Letto)

Quando a garrafa secou
as luzes se apagaram
as vozes se calaram
e o teto desabou

Quando a garrafa secou
a alegria virou tristeza
a riqueza virou pobreza
e a fé desmoronou

Quando a garrafa secou
as mascaras caíram
os olhos se abriram
e finalmente o sonho acabou

Quando a garrafa secou
o espelho se partiu
um corpo magro caiu
e o sangue se espalhou

Quando a garrafa secou
o que era belo ficou feio
secou o leite do seio
onde o amor se amamentou

Quando a garrafa secou
o que era paixão, morreu
uma alma se arrependeu
e a vida continuou...

menos para a garrafa...

Nenhum comentário:

Postar um comentário