sábado, 18 de setembro de 2010

Cidade Baixa ( não é o filme!)

Não é o filme, se bem que o filme é uma porcaria, que retrata a parte mais podre dessa parte histórica de Salvador, que por coincidência é onde eu me escondo atualmente. E onde tem as praias mais limpas da capital, apesar de ter os frequentadores mais porcos no quesito preservação do meio ambiente e do habitat humano tambem, visto que, poucos se importam aonde vão beber, aonde vão brigar, aonde vão transar. vomitar ou fazer suas necessidades fisiológicas.
Os moradores de rua povoam as praças, que vivem cheirando a xixi e cocô, banco vira cama, arvore vira banheiro público, quando a prefeitura faz alguma reforma, os ocupantes do locais logo cuidam para que elas fiquem "decoradas" á seus gostos. Falar do consumo de crack por essa turma é chover no molhado.
Na peninsula de itapagipe não tem banco, o banco mais proximo fica no bairro dos Mares, mas tem uns caixas eletrônicos, que quando não estão quebrados, estão sem cédulas e nas poucas oportunidades em que estão disponíveis para uso, o cliente tem que enfrentar filas desmoralizantes.
Aliás, o povo daqui já é especialista em filas, tem gente que leva criança de colo pra ter prioridade, se não tiver bebezinho, pede emprestado ao parente ou ao vizinho e leva, tem gente que passa a noite no local pra amanhecer nas filas pra vender o lugar mais tarde, tem gente que aproveita para descarregar todas as suas misérias e frustrações nas filas, sempre tem um indivíduo baixo-astral falando besteiras e procurando briga onde tem fila, seja no posto de saúde, no açougue, na padaria, na casa lotérica...é uma merda!
Dentro dos ônibus então, nem se fala, sempre tem alguem querendo chamar a atenção, cantando alto, fazendo batucada ou falando num tom arrogante e desafiador, tanto faz homem ou mulher, ele ou ela quer se sentir superior às outras pessoas por meio da violência gratuita, verbal ou corporal... No dia em for acontecer alguma "festa de camisa", se voce for do tipo que não se sente bem no meio da baixaria, melhor não pegar ônibus, até é melhor nem sair de casa...
Se voce for comprar alguma coisa em algum estabelecimento comercial, tem que levar "dinheiro miúdo" ou pagar com cartão, porque quase sempre ninguem nunca tem troco. e nem o dono da loja vai se importar se voce desistir da compra, afinal, sair pra procurar onde trocar dinheiro, dá uma preguiça... isso até em supermercado grande, viu?
Eu nunca fui fã de festa de largo, ainda mais agora, deve ser duro pra essa juventude frequentar eventos onde a muitos anos atrás era lugar de se divertir, de namorar, de tomar sua cervejinha... Agora é lugar de se drogar, de brigar, de assaltar, de estuprar, de humilhar, de desafiar a lei e sair se vangloriando como se a desgraça provocada no seu semelhante fosse um troféu, uma demonstração de força, poder e superioridade...
Não acredito que a pobreza, a miséria, a baixa estima e a falta de oportunidades sejam motivos suficientes pra essa gente descarregar suas frustrações em forma de violencia, falta de educação e desamor ao próximo, pior que a pobreza financeira é a pobreza espiritual...

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